Eu espero que não seja um segredo arrogante dizer que eu não penso ser excepcionalmente arrogante; ou se eu fui minha religião me preveniria de ser orgulhoso do meu orgulho. Não obstante, para aqueles de tal filosofia, há uma grande e terrível tentação ao orgulho intelectual, no encharcarmento de filosofias inúteis e cheias de palavras que nos cercam hoje. Ainda não há muitas coisas que me movem a algo como o desprezo pessoal. Eu não sinto nenhum desprezo por um ateísta, que é comumente um homem limitado e constrangido por sua lógica a uma muito triste simplificação. Eu não sinto nenhum desprezo por um Bolchevique, que é um homem dirigido a mesma simplificação negativa por uma revolta contra erros muito positivos. Mas há um tipo de pessoa por qual eu sinto o que eu só posso chamar de desprezo. E é o propagandista popular do que ele ou ela absurdamente descrevem como controle de natalidade.
Eu desprezo o controle de natalidade porque primeiro é uma palavra fraca e vacilante e covarde. Ela é também uma palavra totalmente sem significado; e é usada como tal para arranjar permissão até mesmo daqueles que recuariam primeiro ao ouvir seu real significado. O procedimento desses médicos charlatões recomenda que não se controle nenhum nascimento. Ele só deixa certo de que nunca deve haver nenhum nascimento para se controlar. Ele não pode, por exemplo, determinar o sexo, ou até fazer nenhuma seleção no estilo da pseudociência da eugenia. Pessoas normais podem apenas agir como tal para produzir nascimentos; e essas pessoas podem só agir como tal para evitar nascimentos. Mas essas pessoas sabem perfeitamente bem como eu de que a própria palavra prevenção de nascimento atingiria com um calafrio o público, num instante elas seriam estampadas nas manchetes, ou proclamadas em plataformas, ou espalhadas em anúncios como qualquer outra prática de medicina charlatã. Eles não ousam chamá-la por seu próprio nome, porque seu nome é um muito mau anúncio. Portanto eles usam uma palavra convencional e sem significado, com a qual eles fazem a medicina charlatã soar menos inócua.
Segundo, eu desprezo o controle de natalidade porque ele é uma coisa fraca e vacilante e covarde. Ele não é sequer um só passo ao longo da rua enlameada que eles chamam de eugenia; é uma recusa plana a dar o primeiro e mais óbvio passo ao longo da via da eugenia. Uma vez que garantem que a sua filosofia está certa, e seu curso de ação é óbvio; e eles não ousam tomá-lo; eles não ousam declará-lo inclusive. Se não há autoridade alguma em coisas as quais Cristandade tem chamado moral porque suas origens foram místicas, então eles estão claramente livres para ignorar todas as diferenças entre animais e homens; e tratar homens como nós tratamos animais. Eles não precisam barganhar com o velho e tímido compromisso e convenção chamada controle de natalidade. Ninguém a aplica ao gato. O curso óbvio dos eugenistas é agir em relação a bebês como agem em relação aos gatinhos. Deixem todos os bebês nascerem; e deixo-nos afogar aqueles que nós não gostamos. Eu não vejo nenhuma objeção a isso; exceto a objeção de tipo moral ou mística que nós promovemos contra a prevenção de nascimentos. E isso seria eugenismo real e até sensato; para nós podermos então selecionar o melhor, ou ao menos o mais saudável, e sacrificar o que são chamados os inapropriados. Pelo fraco compromisso da prevenção de nascimentos, nós provavelmente estamos sacrificando o adequado e só produzindo os inapropriados. Os nascimentos que evitamos podem ser os nascimentos das melhores e mais bonitas crianças; aquelas que permitimos, as mais fracas e piores. De fato, é provável; pelo hábito desencorajar a paternidade de pessoas jovens e vigorosas; e as deixar adiarem a experiência para anos mais tarde, maioria por motivos mercenários. Até eu ver um pioneiro real e líder progressista saindo com um bom, arrojado, programa científico para afogamento de bebês, eu não me juntarei ao movimento.
Mas há uma terceira razão para meu desprezo, muito mais profunda e mais difícil de expressar; na qual todas minhas razões por ser nada do que eu sou ou tento ser; e acima de tudo, por ser um distributivista. Talvez o mais próximo de uma descrição disto é dizer isso: que meu desprezo ferve em mau comportamento quando eu ouço a sugestão comum que um nascimento é evitado porque pessoas querem ser “livres” para ir ao cinema ou comprar um gramofone ou um megafone. O que me faz querer andar sobre essas pessoas como capachos é que eles usam a palavra “livre”. Por cada ato desse tipo eles prendem a si mesmos ao sistema mais servil e mecânico já tolerado pelo homem. O cinema é uma máquina para desenrolar certos padrões regulares chamados imagens; expressando as mais vulgares noções milionárias do gosto dos milhões mais vulgares. O gramofone é uma máquina para gravação de certas musicas como certas lojas e outras organizações escolhem vender. O sem fio é melhor; mas mesmo esse é marcado pela marca moderna de todos três; a impotência da parte receptiva. O amador não desafia o ator; o dono da casa vai achar vão ir e gritar dentro do gramofone; o povo não pode atirar pedras no alto falante moderno, especialmente quando é um megafone. É tudo um mecanismo central dando ao homem exatamente o que seus mestres pensam que eles deviam ter feito.
Agora um filho é o sinal e sacramento próprio da liberdade pessoal. Ele é uma vontade livre nova adicionada às vontades do mundo; ele é algo que seus pais têm escolhido livremente produzir e o qual eles concordam livremente em proteger. Eles podem sentir qualquer divertimento que ele dá (que normalmente é considerável) realmente vêm dele e deles de mais ninguém. Ele tem nascido sem a intervenção de nenhum senhor ou lorde. Ele é uma criação e uma contribuição; ele é sua própria contribuição criativa a criação. Ele é também uma coisa muito mais bonita, maravilhosa, divertida e surpreendente do que qualquer das musicas de histórias velhas ou jazz a tilintar produzidas pelas maquinas. Quando os homens não sentem mais que ele é tal, eles então perderam a apreciação das coisas primárias, e, portanto todo senso de proporção acerca do mundo. Pessoas que preferem os prazeres mecânicos, a tal milagre, estão exaustas e escravizadas. Elas estão preferindo as próprias escorias da vida a as primeiras fontes da vida. Elas estão preferindo as coisas, últimas, tortas, indiretas, emprestadas, repetidas e esgotadas da nossa civilização capitalista que está morrendo, a realidade que é o único rejuvenescimento de toda a civilização. São eles que estão pondo nos braços as correntes da sua velha escravidão; esse é o filho que está pronto para o mundo novo.